quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A morte do púlpito

A igreja evangélica brasileira vive uma tragédia: a morte do púlpito. Nunca na história do protestantismo houve tanto desprezo pela pregação cristocêntrica, preparada com esmero e preocupada com a correta interpretação das Escrituras. O púlpito tem sido substituído pelo altar dos “levitas” ou para os ”sacrifícios” em dinheiro dos mercenários mercantilistas. A “pregação” da Palavra é, hoje, conceituada como qualquer um que sobe na plataforma e começa a falar ou gritar.
Talvez você, lendo esse texto, pense: - “Na minha igreja a pregação é sempre um espaço grande e recebemos visitas de diversos pregadores”. Esse artigo quer alertar que não basta um tempo grande para a pregação e nem que a plataforma esteja cheia de homens engravatados; antes é necessária a avaliação da qualidade dessa pregação. A pregação precisa ser avaliada, assim como fazia os cristãos bereanos, que por sua nobreza, comparam as homilias de Paulo com as Sagradas Escrituras.
Quais são as causas da “morte do púlpito” no evangelicalismo moderno?

A) Espiritualidade em baixa é igual à pregação sem qualidade.

A pobreza das pregações é evidente nesses últimos dias, pois isso é conseqüência direta da pobreza na vida cristã, pois como dizia Arthur Skevington Wood: “Leva-se uma vida inteira para preparar um sermão, porque é necessária uma vida inteira
para preparar um homem de Deus”. Enquanto a espiritualidade da Igreja estiver em baixa, a pregação, por mais espiritual que ela pareça ser, não passará de palavras jogada ao vento. Não basta uma pregação erudita, mas a erudição deve ser acompanhada de contrição, humildade e oração, pois bem escreveu E. M. Bounds: “Dedique-se ao estudo da santidade de vida universal. Sua utilidade depende disso. Seus sermões duram não mais do que uma ou duas horas; sua vida prega a semana inteira.”
Hoje existem muitas igrejas que oram “bastante”, são campanhas atrás de campanhas, mas essas orações não passam de busca “dos próprios deleites” ou de “determinações” de bênçãos. Ora, a oração sem a busca da face de Deus é uma característica do evangelicalismo contemporâneo. Uma igreja que ora errado, logo terá pregadores pobres.

B) A falta de preparo para pregar.

Erudição, esmero e homilética não são inimigos da espiritualidade. Um mito vigente na igreja brasileira é que quem se prepara muito para pregar, terá uma pregação “não ungida”. Isso é mera desculpa de pregador preguiçoso. Você, leitor, já deve ter visto alguém dizer: - “Quando cheguei aqui não sabia o que ia pregar, mas assim que subi nesse altar o Espírito Santo me revelou outra Palavra” ou “Eu não preparo pregação, o Espírito de Deus me revela”… São frases irresponsáveis e brincam com o Espírito Santo, atribuindo a Ele sua preguiça de passar várias horas em estudo e oração para pregar a Palavra.
Hoje, pregar com esboço em papel é quase um pecado em muitas igrejas; alguns olham com “cara feia” para os que levam algo escrito em sua homilia. Será que não sabem que um dos sermões mais impactantes da história, foi literalmente lido pelo pregador. Esse sermão era “Pecadores na mão de um Deus irado”, que Jonathan Edwards pregou em 08 de Julho de 1741 na capela de Enfield. O biógrafo de Edwards, J. Wilbur Chapman , relatou:

Edwards segurava o manuscrito tão perto dos olhos, que os ouvintes não podiam ver-lhe o rosto. Porém, com a continuação da leitura, o grande audi tório ficou abalado. Um homem correu para a frente, cla mando: Sr. Edwards, tenha compaixão! Outros se agarra ram aos bancos, pensando que iam cair no Inferno. Vi as colunas que eles abraçaram para se firmarem, pensando que o Juízo Final havia chegado.[1]

C) Ter uma visão pragmática sobre a pregação.

Para muitos, uma pregação só é válida se houver resultados. As pessoas não querem saber se o conteúdo da pregação é biblico ou herético, mas preferem esperar pelos resultados propagados pelo pregador. A primeira motivação dos pragmáticos é buscar a praticidade, portanto o pragmatismo é casado com o imediatismo, onde tudo tem quer ser aqui e agora.
O conceito de pregação “ungida” é bem pragmática, pois para boa parte da comunidade evangélica, a boa pregação tem que envolver o emocional, nesse contexto nasce frases do tipo “crente que não faz barulho está com defeito de fabricação”. Se não houver choro, gritos, pulos ou outras manifestações “espirituais”, a pregação perde o seu valor para aos cristãos atuais.
Pregadores pragmáticos gostam de ver seus ouvintes interagindo exageradamente no culto. É constante dos pregadores mandarem as pessoas glorificarem e até falar em línguas. Nesses cultos a justificativa para essas ordens é que “quando a glória daIgreja sobe, a glória do céu desce”. Não há respaldo bíblico para esse tipo de pensamento que é passado como algo bíblico. A emoção e as experiências fazem parte da vida cristã, mas não devem normatizar a liturgia ou direcionar os crentes, pois os verdadeiros cristãos tem a Palavra de Deus, e somente Ela, como regra de fé e prática.

D) Pastor-professor X pregador-ator

Eis o dilema existente no evangelicalismo moderno. O pastor-mestre foi substituído pelo pregador-carismático-ator. O mestre que orientava a sua congregação nas Sagradas Letras, sendo um homem de estudos e contemplativo, era característico de piedosos servos de Deus, como Charles Spurgeon, Jonathan Edwards, D. L. Moody etc.
O púlpito tem sido morto pelo estrelismo de pastores-atores, que confundem a plataforma da igreja com um palco para entretenimento, são pessoas que pregam o que a congregação quer ouvir e fazem de seus carismas uma imposição de sua pessoa. Quem estuda a história da igreja, verá que os piedosos servos de Deus, da Reforma as Grande Despertamento do século 18, eram homens de grande interesse pela pregação expositiva, onde o texto fala por si só. A partir do século 19, os sermões são cada vez mais temáticos e os pregadores mais articulados no estrelismo.
O Movimento Pentecostal peca, e gravemente, em não valorizar os sermões bem preparados e articulados, ungidos pelo Espírito Santo, para edificação da congregação. Em uma piedade aparente, muito exaltam a ignorância como virtude, justificando os sermões artificiais, sem profundidade e recheados de chicles, modismos e até heresias.

Autor: Gutierres Siqueira | Teologia Pentecostal


Referência Bibliográfica:

1. BOYER, Orlando. Heróis da Fé. 15 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 03.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Violência - Retrato de uma Sociedade sem Deus

A violência está em toda parte. Não podemos passar um dia sem ouvir uma notícia
sobre atos violentos nos meios de comunicação. Entretanto, mesmo ocorrendo em
nosso país, em nossa cidade, em nosso bairro, a questão pode ficar um pouco
distanciada e acadêmica até que somos vítimas da violência, ou alguém próximo a
nós sofre algum tipo de agressão. Assaltos são cada vez mais comuns, seqüestros
deixaram de ser um pesadelo apenas para os ricos e a violência se agrava muitas
vezes seguida de assassinato. Uma estatística recente, na cidade de São Paulo,
indica que uma em cada duas pessoas já foi assaltada. A impunidade se alastra,
os governos se omitem, o ideal expresso por Paulo, em 1 Tm 2.2, onde ele nos
comissiona a orarmos pelos governantes e autoridades, - para que possamos ter
uma vida “tranqüila e sossegada, em toda a piedade e honestidade”- parece cada
vez mais distante. Os casos a seguir são reais e ocorreram todos com famílias
evangélicas, irmãos nossos, aqui no Brasil:
1.Um pai de família com alguns de seus filhos retornava para a propriedade rural
que possuem em um estado do Norte do Brasil. O veículo é emboscado e atacado a
tiros. Morre o chefe da família e um dos filhos. Deixou a esposa viúva, com
vários filhos e filhas.
2.Outro pai de família de classe média, que reside no estado do Rio de Janeiro,
é seqüestrado e permanece em cativeiro por três semanas, sob constantes ameaças
de morte, até que é libertado, sem o pagamento do resgate. Meses depois, ele e
toda a sua família, permanecem ainda traumatizados com a ocorrência.
3.Um missionário que reside na periferia de uma grande cidade nordestina, tem a
sua propriedade invadida por três homens. Durante quase três horas eles
aterrorizam a família e estupram a sua esposa e a sua filha mais velha, abusando
também da outra filha adolescente.
Qual é a nossa reação e compreensão do problema da violência? O que tem a
Palavra de Deus a dizer sobre o assunto? Qual a responsabilidade dos governantes
e das autoridades? Qual deve ser a postura do servo de Deus, numa era de
violência e criminalidade?
1.A violência é um problema moderno?
No Salmo10, David, seu provável autor, descreve o homem violento da seguinte
forma (vs.6-8):Pois diz lá no seu íntimo: Jamais serei abalado: de geração em
geração nenhum mal me sobrevirá. A boca ele a tem cheia de maldição enganos e
opressão; debaixo da língua, insulto e iniquidade. Põe-se de tocaia nas vilas,
trucida o inocente nos lugares ocultos; seus olhos espreitam o desamparado.
A bravata acompanha a violência, assim como a linguagem desses é cheia de
blasfêmias e maldição. Os atos, entretanto, não refletem a coragem propagada.
Esses são, via de regra, traiçoeiros e ciladas armadas contra os desamparados e
indefesos.
A violência caracterizou o homem desde seus primeiros passos, logo após a queda.
A Palavra de Deus nos relata a história do primeiro homicídio, em Gn 4.1-24. Lá,
tomamos conhecimento como a ira de Caim contra seu irmão, Abel, o levou a
cometer assassinato. Entre os descendentes de Caim, Lameque era violento e
reagiu a agressões sofridas também com assassinatos (Gn. 4.23-24). Aparentemente
Lameque, além de ser violento, alardeava o fato, ou seja, refletia aquela
postura de vida dos ímpios, tantas vezes descrita pelo salmista, que, cheios de
auto-confiança, em vez de se envergonharem dos seus atos, se gloriam na própria
violência. No Salmo 73:6 lemos - “a violência os envolve como um manto”.
Assim, antes do dilúvio, a violência já permeava a terra. Gn. 6.11 diz: “a terra
estava corrompida à vista de Deus, e cheia de violência”. Após o dilúvio, Deus
destruiu Sodoma e Gomorra pela impiedade, violência e imoralidade existentes
naquelas cidades. Em Gn 19.5 lemos que quando os anjos visitaram a Ló, os homens
da cidade procuraram arrombar a casa para arrancarem os dois varões formosos,
para os molestar sexualmente. Mas adiante, ainda no livro de Gênesis, lemos que
Jacó, em suas palavras finais, condenou a violência de dois de seus filhos -
Simeão e Levi, pois utilizaram a espada não para defesa, mas como “instrumentos
de violência” (49.5 e 6) para matarem homens e mutilarem touros.
Abimeleque, filho de Gideão, assassinou seus setenta irmãos, para conservar
sozinho a liderança, após a morte do pai (Ju. 9.24). A violência marcou a vida
de muitos reis de Israel, ao se afastarem dos caminhos de Deus. Violência foi
também, inúmera vezes, praticada contra o povo de Deus, pelos seus inimigos.
Violência maior foi praticada contra o Nosso Senhor Jesus Cristo, torturado,
espancado e pendurado pelas mãos e pés, com pregos, em uma cruz, culminando com
uma morte lenta e dolorosa, por asfixia, sem ter qualquer pecado. Ali ele sofria
violência e punição e morria em substituição aos seus amados que constituem a
sua igreja - aqueles que, pela graça de Deus, o reconhecem como Salvador e
Senhor de suas vidas. Muitos de seus discípulos experimentaram violência, ao
longo de suas vidas, encontrando morte violenta, antes de passarem à glória
eterna. O capítulo da fé, Hebreus 11, fala dos servos fiéis que experimentaram
açoites, escárnios, prisões, torturas e mutilações, ficando necessitados,
aflitos e maltratados.
A violência, portanto, por mais presente que esteja em nossa era, não é um
problema moderno. Temos a tendência de sempre olhar o nosso tempo época como a
pior que já existiu, mas quando lemos os relatos acima, da própria Palavra de
Deus, vemos a violência, imoralidade, crueldade e impiedade sempre presentes no
mundo. Ocorre que ela é uma conseqüência do pecado e sendo assim, a violência
está presente desde a queda de Adão, aparecendo as vezes com maior, outras vezes
com menor intensidade nas diversas épocas da história da humanidade. É verdade
que as pessoas sem Deus encontram, cada vez mais, formas sofisticadas de
exercitar a impiedade, mas lembremo-nos que mesmo que sejamos vítimas de
violência, Deus está presente e reina soberano, executando justiça em seu
próprio tempo. Os problemas que possamos estar atravessando com certeza já
fizeram parte da experiência de outros servos Seus. 1 Co10.13 nos ensina que as
provações a que somos submetidos não são exclusivas à nossa experiência, mas são
humanas, ou seja, comum aos demais homens, e que Deus nos concede a habilidade
de poder suportá-las.
2. Como procurou Deus restringir a violência?
O dilúvio foi um ato de julgamento de Deus contra a violência que campeava a
terra. Foi assim que Deus falou a Noé (Gn. 6.13): “Então disse Deus a Noé:
resolvi dar cabo de toda a carne, porque a terra está cheia de violência dos
homens: eis que os farei perecer com a terra”. Deus atingiu o mal na raiz,
deixando para repovoar a terra apenas a família que lhe era temente. Deus,
portanto, abomina a violência e não é sem razão que o Salmo 34:16 diz, “O rosto
do Senhor está contra os que praticam o mal, para lhes extirpar da terra a
memória.” Os violentos não terão herança com Deus. Ele é contra o que oprime e
extorque (Salmo 35.10). Após o dilúvio, para o controle da violência, Deus
instituiu a pena de morte (Gn 9.6), muito antes da lei civil da nação de Israel.
A Pena de Morte foi instituída por Deus naquela ocasião, portanto, como um dos
freios contra a violência e os assassinatos, fundamentada no fato de que o homem
foi criado à imagem dele próprio. Ela foi comandada a Noé e a seus descendentes,
antes das Leis Civis ou Judiciais, numa inferência de sua aplicabilidade
universal. Foi instituída por Deus e não pelo homem, e ela ocorreu não porque
Deus desse pouca validade à vida do homem, mas exatamente porque Ele considerava
esta vida extremamente importante. Dessa forma, perdia o direito à sua própria
vida qualquer um que ousasse atentar contra a criatura formada à imagem e
semelhança do seu criador. A pena capital está enraizada na Lei Moral de Deus
que seria posteriormente codificada no decálogo. O 6º mandamento, não matarás,
expressa o mesmo princípio da santidade da vida, contido na determinação a Noé.
Essa compreensão também é expressa na Confissão de Fé de Westminster, no seu
capítulo 23 e no Catecismo Maior, nas perguntas e respostas 135 e 136.
A lei civil de Israel fornece solo fértil ao estudo de como Deus aplicou os
princípios de sua lei moral a um povo específico, em uma época específica, com a
finalidade de promoção de seus princípios de justiça. Sabemos que a lei moral é
normativa a todos em todos os tempos e que a lei civil era peculiar à teocracia
de Israel, enquanto que a lei cerimonial ou religiosa apontava e foi
integralmente cumprida em Cristo. Entretanto, mesmo sem ser normativa para nós,
podemos verificar como o sistema de crimes e punições do povo de Israel era
destinado a fazer com que o crime realmente não compensasse e temos muito a
aprender com os registros das Escrituras. Veja esses pontos interessantes, como
exemplos:
1. No povo de Israel não existia a provisão para cadeias, nem como instrumento
de punição nem como meio de reabilitação. A cadeia era apenas um local onde o
criminoso era colocado até que se efetivasse o julgamento devido. Em Números
15.34 lemos: “…e o puseram em guarda; porquanto não estava declarado o que se
lhe devia fazer…”
2. Não encontramos, na Palavra de Deus, o conceito de enclausuramento como
remédio, ou a perspectiva de reabilitação através de longas penas na prisão e,
muito menos, a questão de “proteção da sociedade” através da segregação do
indivíduo que nela não se integra, ou que contra ela age.
3. O princípio que encontramos na Bíblia é o da restituição. Em Levítico 24.21
lemos, “…quem pois matar um animal restitui-lo-á, mas quem matar um homem
assim lhe fará.” A restituição ou retribuição, era sempre proporcional ao crime
cometido.
4. Para casos de roubo, a Lei Civil de Israel prescrevia a restituição múltipla.
Ex 22.4 diz “…se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, seja jumento,
ou ovelha, pagará o dobro.”
Assim Deus estruturou o seu povo com um sistema destinado a refrear a violência
e a criminalidade. Não há sombra de dúvidas que Deus julgará a violência e que
ampara os seus, quando vítimas nas mãos do seu semelhante. O Salmo 11.5 diz, “O
Senhor põe à prova o justo e ao ímpio; mas ao que ama a violência a sua alma o
abomina”. O Salmo 72.13 e 14 registra - “Ele tem piedade do fraco e do
necessitado, e salva a alma aos indigentes. Redime as suas almas da opressão e
da violência, e precioso lhe é o sangue deles”.
3.Qual o papel do estado, no que diz respeito à violência?
O salmo 55.9, que diz, “…vejo violência e contenda na cidade”, parece escrito
nos dias de hoje, e a visão de Ezequiel (7.23) é bem próxima à nossa realidade:
“Faze cadeia, porque a terra está cheia de crimes de sangue, e a cidade cheia de
violência”. O livro de Oséias expressa a dissolução dos costumes e dá a razão
para esse estado de coisas - o afastamento de Deus e de seus princípios de
justiça. Em 4.2, lemos: “O que prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e
adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios”. Porque? Porque
“não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus”(v. 1).
Mas qual o papel do estado, das autoridades, dos governantes no controle da
violência? Ele não pode “converter” as pessoas à força - não está em suas
possibilidades nem faz parte de sua esfera de autoridade.
Mesmo sabendo que o remédio final para a violência é o evangelho salvador de
Cristo, reconhecemos que o estado é o instrumento designado por Deus para
restringir o mal e para regular o relacionamento entre os homens. É pelas
autoridades que o constituem que oramos a Deus para que atinjamos aquele ideal
que nos referimos no princípio: que tenhamos uma vida “tranqüila e sossegada, em
toda a piedade e honestidade” ( 1 Tm 2.2). Ele é a ferramenta que o povo recebeu
de Deus para se manter em paz social.
Não cabem ao indivíduo ações violentas como reações à violência. A manutenção da
lei e da ordem não pertence a um grupo ilegal de “vigilantes” ou “justiceiros”
que massacram indiscriminadamente, sob a cobertura de estarem punindo os
criminosos. O crente não deve apoiar as ações fora da lei, por mais convenientes
que elas pareçam e por mais evidentemente criminosos que sejam os massacrados.
Ele não se gloria na guerra de quadrilhas, nem deve passar pelos seus lábios a
famosa frase: “ladrão bom é ladrão morto”. Mas Deus não quer os cidadãos
indefesos. O estado constituído, os governantes, as autoridades estabelecidas,
em qualquer sistema, são ministros de Deus para aplicação dos princípios de
justiça.
Sabemos que existem governos negligentes e corruptos. Isso sobrevirá como uma
terrível responsabilidade perante aqueles comissionados com a tarefa de
governar, mas o preceito de Deus é que o governo correto deve ser o que louva ao
que faz o bem e o que é vingador para castigar o que pratica o mal. Assim sendo,
não é sem motivo que possui armamentos para tal (”traz a espada”), como lemos em
Rm 13.1-7. Lembremo-nos, também, que Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo,
escreveu suas palavras não debaixo de um governo ideal, constituído de
governantes crentes e tementes a Deus, mas sob um governo imposto, autoritário,
invasor e também corrupto, mas nem por isso menos responsável diante de Deus.
A violência, conseqüência do pecado, está assim diretamente ligada à omissão dos
governos e das autoridades. Ela cresce na medida em que cresce a impunidade e o
desrespeito ao homem como criatura de Deus, criada à sua imagem. Quanto mais o
estado age como ministro de justiça da parte de Deus mais decrescerá a
violência. Por outro lado, a sua parcialidade com os mais ricos, protegendo o
acúmulo de riquezas angariadas indevidamente, aprofundará os abismos e carências
sociais, gerando mais e mais problemas criminais. A sua visão atenuada da
criminalidade, na busca de explicações sociais, encorajará mais e mais violência
na terra. É necessário, como indivíduos tementes a Deus, que tenhamos a visão
clara de que a principal função dos nossos governantes é exatamente a promoção
da paz social, com a visão aguçada do bem e do mal, nos termos expressos pelas
Escrituras. Tudo o mais em que se envolvem deveria ser secundário a esse dever
bíblico principal para com os seus cidadãos. Devemos constantemente relembrar
isso aos nossos governantes.
4. Qual o comportamento do Crente em uma era de violência?
Mesmo a violência sendo algo que acompanha os passos da humanidade submersa em
pecado, é realidade que vivemos em uma era violenta, em um país violento. Como
crentes, devemos relembrar os seguintes pontos:
1. Se somos vítimas de violência. Podemos ser vítimas de violência, como vimos
nos exemplos mencionados na introdução, ou como já pode ter sido a sua
experiência. Pode ser que você esteja agora sendo vítima de violência doméstica
e ninguém sabe disso. Lembre-se que Deus reina soberanamente e ele tem um
propósito para tudo, mesmo que não entendamos o que está ocorrendo, em um
determinado ponto de nossas vidas. Se o irmão ou irmã está sendo vítima de
violência, no temor do Senhor e em oração, procure a ajuda e aconselhamento em
sua Igreja, com o seu pastor, com um dos oficiais, com um irmão ou irmã amiga.
Saiba que Deus não lhe desampara (Sl 72.13-14). Se você já foi vítima de
violência, ore para que possa agir como o apóstolo Paulo, quando escreveu em 1
Co 1.4, “É Ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos
consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós
mesmos somos contemplados por Deus”. Peça a Deus que lhe console e que lhe
conforte, mas vá além disso - ninguém entende mais o que uma outra pessoa, que
foi vítima de violência, está passando, do que você, que também já foi.
Aproxime-se, console-a também. Paulo continua, no v. 6: “Mas, se somos
atribulados, é para o vosso conforto”. Ore para que Deus lhe use bem como a sua
experiência tão adversa e devastadora para o bem do seu Reino.
2. Não confiar em nossas próprias forças. O Salmista, em uma era de guerras e
batalhas afirmava: “Não confio no meu arco e não é a minha espada que me salva”
(Salmo 44.6). A sua confiança estava no Senhor, e por isso ele continua:
“Levanta-te para socorrer-nos, e resgata-nos por amor da tua benignidade”. Que
Ele seja também a nossa confiança e fonte de poder.
3. Procurar Refúgio em Deus. O medo existe em meio à violência, mas Deus é maior
do que todos e ampara os seus. O Salmo 22 é um salmo messiânico profético que
retrata a violência que seria cometida contra o ungido de Deus, Cristo Jesus.
Mas ele é também o reflexo da experiência de David. Houve ocasiões de mêdo em
sua vida: “derramei-me como água e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu
coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim (v.14)”, mas a confiança no
livramento de Deus era constante: “Livra-me a minha alma da espada, e das presas
do cão a minha vida”(v. 20). Ele sabia que Deus ampara os seus: “Pois não
desprezou nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas ouviu,
quando lhe gritou por socorro”. Em 2 Samuel 22.3 temos o registro de David
exclamando: “Ó Deus, da violência tu me salvas.” Não deve haver desespero,
portanto, na vida do crente. Oremos por coragem advinda de Deus e para que ele
remova o medo e a apreensão na presença de tanta violência.
4. Nunca ser violento. O crente não deve ser violento, mas deve ser conhecido
por sua mansidão e índole pacífica. Assim somos instruídos em Mateus 5.1-12, no
sermão da montanha, por nosso Senhor Jesus Cristo. Devemos poder exclamar como
Jó (16.17): “… não haja violência nas minhas mãos, e seja pura a minha
oração”. Isso quer dizer também:
- Nunca exercer violência física no lar - Com isso não queremos dizer que a
disciplina, da parte dos pais, não deve existir, mas devemos discernir entre a
firme disciplina - mencionada em Pv. 10.13 e 24; 22.15; 23.13 e 14; 29.15 - e a
violência que é fruto da ira inconseqüente, como lemos em Pv. 9.18 - “Castiga a
teu filho enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo”).
- Nunca exercer violência psicológica no lar - assim somos exortados em Ef. 6.4
“E vós pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na
admoestação do Senhor.”
5. Apoiar a lei e a ordem - Devemos procurar encorajar o exercício da justiça de
Deus (Jr. 22.3) “Assim diz o Senhor: executai o direito e a justiça, e livrai o
oprimido da mão do opressor; não oprimais ao estrangeiro nem ao órfão, nem à
viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar”. Nunca
devemos deixar de orar por nossos governantes, para que eles sejam ministros
eficazes de Deus (1 Tm 2.1,2a).
6. Olhar para o alvo. Devemos almejar o ideal, expresso de forma precisa,
profeticamente, por Isaías (59:18) “Nunca mais se ouvirá de violência na tua
terra, de desolação ou ruína nos seus termos; mas aos teus muros chamarás
Salvação e às tuas portas Louvor”, sabendo que Deus nos resgatou do pecado
exatamente para que tenhamos esse tipo de paz, que é um prenúncio da paz eterna,
em Sua presença.
7. Pregar a palavra. Devemos ter o convencimento que a violência, sendo uma
conseqüência do afastamento de Deus e de seus princípios tem o seu remédio final
na conversão do pecador. Nisso podemos e devemos ser agentes contra a violência,
fazendo como o profeta Jonas, que, ordenado por Deus pregou em uma grande
cidade, com resultados espantosos para nós, mas nunca impossíveis para Deus. Em
Jonas 3.8 lemos: “… e clamarão fortemente a Deus; e se converterão, cada um,
do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos”.
Autor: Presb. Solano Portela - Estudo disponível no site da Igreja Presbiteriana do Brasil

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

TESTEMUNHO ARDENTE


Por Vanderlei do Couto

“(...). o Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. Dizendo ele essas coisas, muitos creram nele.” (João 8:29,30)

O entusiasmo é o estado do espírito impelido a manifestar a admiração que o assoberba ou domina. Alguém entusiasmado é contagiante, em bom termo, chega a ser epidêmico. Naturalmente não me refiro a qualquer tipo de entusiasmo. Há quem seja inclinado ao mal e este entusiasta apressa-se a induzir outros à mesma ação. A estultícia do homem perverterá o seu caminho, (Provérbios 19:3). Minha alusão é ao entusiasmo que promova o bem estar de todos. Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho da paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas (Romanos 10:15). Jesus testemunhou do Pai com entusiasmo.
O testemunho é a expressão da verdade. Os oponentes de Jesus indagaram: “Quem é você?” Eles não conseguiam enxergar as verdades espirituais. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (I Coríntios 2:14). O propósito Divino com relação ao testemunho é formar Cristo nas pessoas, preparar verdadeiros discípulos e provocar conhecimento da verdade. O testemunho é a prova da verdade.
Com o vigor do testemunho autêntico o reino avança, vidas são libertas dos males, as trevas são dissipadas e o Pai é glorificado. Na ética cristã só há lugar para o que é verdadeiro. A regra de conduta do cristão é uma só: “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, ele pensa nisso e se esforça para assim viver”. O testemunho fiel é aquele que promove a glória de Deus e não da testemunha. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, palavras de Jesus. A verdade liberta a pessoa da soberba, do egoísmo, da carnalidade, e o entusiasmo leva muitos ao conhecimento da verdade.


Praticando o que dá prazer ao Pai, Ele não lhe deixará só, anime-se.

domingo, 29 de novembro de 2009

RELATO SOBRE A MORTE DE CRISTO

RELATO SOBRE A MORTE DE CRISTO

Sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo.
Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei anatomia a fundo.
Posso portanto escrever sem presunção a respeito de morte como aquela.
Jesus entrou em agonia no Getsemani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra’.
O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico. O suar sangue, ou “hematidrose”, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.
Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue. Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.
Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la produz dor atroz. Quem já tirou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim.
O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pé e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apoiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. O nervo é destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.
O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram o crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira.
Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico.
Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita.
Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.
Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.
Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável!
Atraídas pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui. Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancam um lamento: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?”.
Jesus grita: “Tudo está consumado!”. Em seguida num grande brado diz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. E morre. Em meu lugar e no seu.

Dr. Barbet, médico francês.
Colaboração: Pastor Celso Augusto Saraiva

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Valor por Excelência

Quinze vezes aparece a idéia de amor nos seis versículos da leitura a seguir; em média duas vezes e meia cada um! 1.ª João 4.7-12 - 7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 8 Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 9 Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. 10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. 11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado. Alguma dúvida sobre o assunto desse texto? Possivelmente seja a maior concentração de amor de toda a Bíblia. Em todo o caso, é até mais do que o famoso “hino de amor” em 1.ª Coríntios 13. Neste, Paulo mostra como nada na vida valerá alguma coisa se não for movido pelo amor. O amor é o valor por excelência (pois é: valor mesmo não é o dinheiro, que surpresa!). Aqui porém João vai à raiz e mostra a própria natureza do amor: o que ele é – e ele afirma que o amor não é nada menos que Deus mesmo: Deus é amor! Vale a pena repetir: ele não diz que Deus tem amor, mas que é amor. Agora podemos entusiasmar-nos com essa grandiosidade, mas pensando bem, ela é um pouco grande demais para nossa mente limitada. Por isso João explica como o amor se expressa: pela disposição de entregar o que se tem de mais precioso em benefício de alguém(ecos de João 3.16 – “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Este versículo de certo modo resume toda a mensagem da Bíblia). Já no versículo em destaque hoje, (1.ª João 2.10 - Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço.) João mostra o brilho do amor, quando diz que amar é estar na luz. Quem ama, ilumina seu ambiente, clareia os relacionamentos, evita tropeços, dá segurança e conforto. Pouca coisa é tão assustadora como a escuridão – e por isso João insiste na importância de praticarmos o amor. Bem entendido, não uma paixão qualquer, mas o amor diretamente da fonte, da comunhão com Deus, que nos amou primeiro ao dar seu próprio Filho em nosso favor. Sem essa fonte nada teremos.
O amor não vem de nós, ma sim como a lua ilumina a noite e supera o terror da escuridão porque reflete a luz do sol, o amor de Deus quer irradiar-se por meio de nós para o bem do mundo em que vivemos – mas é preciso expor-se a ele. – RK
Mostramos que conhecemos a Deus amando os outros.
Por Vanderlei do Couto

sábado, 22 de novembro de 2008

"Fé Para a Eternidade"

“E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus”. Então advertiu a seus discípulos que não contassem a ninguém que ele era o Cristo.
Mateus 16:18-20
Pensamento: O que Jesus estava comunicando a Pedro nesta passagem tem sido alvo de um debate interminável. Mas uma coisa sabemos, a fé de Pedro foi elogiada e reconhecida por Jesus. Sendo de Pedro ou qualquer outro discípulo, esta mesma fé em Jesus é fundamental para a edificação da Igreja. Porém, precisamos sempre lembrar que a pedra angular é Jesus (21:42). Às vezes podemos ficar preocupados com a Igreja, achando que o futuro dela depende de nós. Lembremos que ela foi fundada na pessoa de Jesus Cristo e edificada por Deus. Nenhum tirano, nenhum exército, nenhum movimento religioso ou secular, por maior ou mais fanático que seja, destruirá a obra de Deus. E isso é verdade, não por causa dos homens e mulheres que a compõem, mas, por causa de Jesus - que é o Senhor dEla. Graças a Jesus que ele nos deu a fé nEle que precisamos para fazer parte da igreja, e sobretudo, parte dEle pela eternidade.
Oração: Senhor todo poderoso, quando a minha fé em homens é abalada, quando minhas dúvidas quanto ao meu futuro vêm, ajude-me a lembrar Quem está em controle. Ajude-me a lembrar a Quem eu pertenço e que Ele é capaz de guardar pela eternidade tudo que tenho entregado a Ele. Em nome dEle eu oro e agradeço. Amém.
Dennis Downing é o autor do devocional diário "Jesus disse"
Fonte: http://www.hermeneutica.com.br/

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Os olhos de quem vê"


"Os olhos de quem vê"

Um dia, um pai de família rica, grande empresário, levou seu filho para viajar até um lugarejo com o firme propósito de mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres., Eles ficaram um dia e uma noite numa pequena casa de taipa, de um morador da fazenda de seu primo. O menino respondeu: - É pai, eu vi que nós temos só um cachorro em casa, e eles têm quatro. Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim, eles têm um riacho que não tem fim. No quarto onde fui dormir com o Tonho, passei vergonha, pois não sabia sequer orar, enquanto que ele se ajoelhou e agradeceu a Deus por tudo, inclusive a nossa visita na casa deles. Lá em casa, vamos para o quarto, deitamos, assistimos televisão e dormimos.
,Conforme o garoto falava, seu pai ficava estupefato, sem graça e envergonhado. O filho na sua sábia ingenuidade e no seu brilhante desabafo, levantou-se, abraçou o pai e ainda acrescentou: - Obrigado papai, por me haver mostrado o quanto nós somos pobres ! MORAL DA HISTÓRIA Não é o que você é, o que você tem, onde está ou o que faz, que irá determinar a sua felicidade; mas o que você pensa sobre isto ! Tudo o que você tem, depende da maneira como você olha, da maneira como você valoriza. Se você tem amor e sobrevive nesta vida com dignidade, tem atitudes positivas e partilha com benevolência suas coisas , então... Você tem tudo!
autor desconhecido