segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Cristão e a Política

O Cristão e a Política
Pr. José Reinaldo

Sei que este assunto de política e religião é muito polêmico, e, muitas pessoas têm me perguntado a respeito do voto e dos candidatos evangélicos.
Primeiro gostaria de deixar explicitado que é lícito que o homem que serve a Deus participe do pleito eleitoral, ele está debaixo das leis que rege o país com direitos e deveres. Temos bons profissionais Cristãos, Médicos, Advogados, Juízes, Peritos e muitos outros, e por quê, não ter também, bons políticos Cristãos?
Não podemos confundir a missão da igreja, anunciar o Evangelho do Reino “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” Mc 16;15. Todos os povos, nações, onde houver uma pessoa, independente da cultura, cor, classe social, faixa etária, pregai o evangelho. Isso é igreja.
A política tem outro papel, pela democracia, escolher entre o povo, pelo voto direto, pessoas capacitadas para administrar e fazer leis para uma nação.
Não podemos votar numa pessoa “não capacitada” para administrar ou fazer leis para o país, só porque leva um rótulo de evangélico. Qualquer irmão que sentiu o chamado e se julga capaz para um cargo eletivo, deve sim, procurar um partido político e colocar seu nome a disposição para a sociedade escolher pelo voto democrático.
Estaremos votando em pessoas para administrar e fazer leis para o nosso país, não é para representar a igreja e nem tampouco, usar o nome da igreja.
Vamos meditar:
1- Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; Fl 2:3a.Precisamos pensar, por quê sou candidato? O que eu quero com esta candidatura?
2- De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; Fl 2:5-7.O candidato cristão precisa tomar o exemplo de Cristo e esvaziar da sua posição na igreja e ser semelhante aos demais candidatos não cristãos. Não se pode usar a função ministerial para angariar votos.
Pode ser um homem de Deus, (excelente Pastor, Missionário, etc) e não possuir nenhuma capacidade de legislar ou de administrar um país, da forma que precisa administrado.
Aconselhamos os candidatos cristãos a retirar a função eclesiástica vinculada ao nome o qual vai concorrer o pleito eleitoral. Vejamos este exemplo: Candidato Pastor Fulano da igreja tal. Passa a ser candidato Fulano. E sendo eleito, espero que muitos sejam, será o Prefeito ou Vereador Fulano.
3- Porque todos tropeçamos em muitas coisas; Tg 3:2a.Não podemos penalizar a igreja e a nossa vida espiritual pelos resultados de nossas atitudes em função do cargo. O cargo político expõe demais a vida daquele que pleiteia a vida pública. O próprio nome diz “vida pública”.
Aos irmãos que sentiram, no peito, o chamado, vocação para a política, boa sorte, e, nós ficamos aqui, torcendo, para que o Nome de Jesus Cristo seja glorificado através de suas vidas.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Desabafo de um Pastor Evangélico

Desabafo de um Pastor Evangélico - "Estou Cansado!"
Ricardo Gondim
Cansei! Entendo que o mundo evangélico não admite que um pastor confesse o seu cansaço. Conheço as várias passagens da Bíblia que prometem restaurar os trôpegos. Compreendo que o profeta Isaías ensina que Deus restaura as forças do que não tem nenhum vigor. Também estou informado de que Jesus dá alívio para os cansados. Por isso, já me preparo para as censuras dos que se escandalizarem com a minha confissão e me considerarem um derrotista. Contudo, não consigo dissimular: eu me acho exausto.

Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos. Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes.Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel me deixa arrasado porque sei que é uma propaganda enganosa. Cansei com os programas de rádio em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos horríveis. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.Canso com a leitura simplista que algumas correntes evangélicas fazem da realidade. Sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração satânica, e não como fruto de uma construção social perversa. Não consideram os séculos de preconceitos nem que existe uma economia perversa privilegiando as elites há séculos. Não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam sobre o Brasil e o mundo.Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento "científico" da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças.Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais.Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros que vêm ao Brasil para soprar sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas "caiam sob o poder de Deus" para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas em seus países de origem.Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo todos os dias várias mensagens eletrônicas de gente me perguntando se pode beber vinho, usar "piercing", fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor.Canso com os livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes. Cansei de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil.Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza.Canso de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança. Cansei de ter de dar satisfações todas as vezes que faço qualquer negócio em nome da igreja. Tenho de provar que nossa igreja não tem título protestado em cartório, que não é rica, e que vivemos com um orçamento apertado. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explanar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente.Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Cansei com as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um cínico. Decidi lutar para não atrofiar o meu coração.Por isso, opto por não participar de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. Jamais oferecerei meu nome para compor a lista dos preletores de qualquer conferência. Abro mão de querer adornar meu nome com títulos de qualquer espécie. Não desejo ganhar aplausos de auditórios famosos.Buscarei o convívio dos pequenos grupos, priorizarei fazer minhas refeições com os amigos mais queridos. Meu refúgio será ao lado de pessoas simples, pois quero aprender a valorizar os momentos despretensiosos da vida. Lerei mais poesia para entender a alma humana, mais romances para continuar sonhando e muita boa música para tornar a vida mais bonita. Desejo meditar outras vezes diante do pôr-do-sol para, em silêncio, agradecer a Deus por sua fidelidade. Quero voltar a orar no secreto do meu quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor de meu Pai.Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa.
Soli Deo Gloria.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Somos Formados Para Quê?

Somos todos formados para ser parte da família de Deus. Na verdade Deus não precisa mas quer uma Família. Ele nos criou para sermos parte desta família. Deus dá imenso valor a relacionamentos. Ele identifica a si mesmo em termos familiares, exemplo: Pai, Filho e Espírito Santo, a Trindade, demonstra o relacionamento de Deus consigo mesmo. Para conhecer a idéia de família, precisamos olhar com atenção para alguns fatos. Em primeiro lugar, quando nascemos imediatamente somos inseridos numa família humana, física, já no segundo nascimento, passamos a ser membros da família de Deus. O texto em Hebreus 2.10-15 nos dá essa idéia de que somos parte da família de Deus depois do novo nascimento: "10Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles. 11Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos, 12dizendo: A meus irmãos declararei o teu nome, cantar-te-ei louvores no meio da congregação. 13E outra vez: Eu porei nele a minha confiança. E ainda: Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu. 14Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, 15e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida."
A única condição para ser filho de Deus é a fé em Jesus. O texto de João 1.12 revela-nos isso com clareza, observe: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome."
Desse modo podemos concluir que, embora a família natural seja plano de Deus para dar base à humanidade, a família mais importante é a família Espiritual, por que esta durará para sempre. Em I Pedro 1.3-4 lemos: "3Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros 5que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo."
Guarde bem esta herança recebida de Deus que é fazer parte desta família. Se o amigo ou amiga ainda não se tornou parte desta família, um conselho vou lhe dar: "Crê no Senhor Jesus e será salvo você e a sua família".
Na Próxima semana meditaremos sobre: Os sinais de uma Família Saudável.