sábado, 25 de janeiro de 2014

PERCEPÇÕES

Por Vanderlei do Couto

Leitura Bíblica

E Cristo, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E cessou o vento, e fez-se grande bonança. Marcos 4:39

Foi numa tarde de sexta feira do verão mais intenso dos últimos 40 anos, estava na megalópole chamada São Paulo, Brasil. Deixei o automóvel estacionado numa rua paralela à Santa Ifigênia, onde o uso do cartão de estacionamento administrado pela prefeitura é obrigatório. Fui apressadamente localizar um smartphone que estava querendo adquirir. Consegui, comprei e fui rapidamente em busca do veículo, pois o tempo restrito a uma hora já estava se esgotando. Já eram 4:30 P.M., me embrenhei com o carro rumo à marginal Tietê seguindo pela Avenida Rio Branco até à ponte da Casa Verde. Foi nessa trajetória que tudo aconteceu.
A tarde transformou-se rapidamente em noite, tudo ficou sombrio, relâmpagos cortavam o céu, raios atingindo vários transmissores de energia, árvores, a visão era aterradora; confesso que, apesar de minha calma, fiquei um tanto quanto preocupado. A violenta tempestade anunciada pelo rádio já era realidade, anúncios de alagamento em diversas áreas da capital, risco iminente de enchentes e eu estava descendo o primeiro viaduto depois da Avenida Rio Branco. Trânsito congestionado, poucas perspectivas de sair dali. Falei com Deus em oração dizendo: “Senhor dá-nos o livramento”. Para-brisas embaçando, pouca visibilidade, e pouco a pouco o trânsito caótico foi se escoando, uma pitada de esperança, mais de uma hora de chuva torrencial e consegui alcançar a via marginal Tietê no sentido Rodovia Castelo Branco. Pensei: é só vencer o trecho entre as duas pontes, Casa Verde e Limão para que possa entrar no hipermercado próximo e ali ficar abrigado até que passe a tempestade ainda insistente, assim aconteceu.
Lembrei da palavra ministrada há alguns dias por um amigo pastor acerca da tempestade. Chovia muito no dia em que ele falava, e a forte chuva serviu como pano de fundo para sua prédica. Dizia que a tempestade, embora possa ser prevista, não pode ser evitada e nem controlada, se for em pontos isolados, os ventos é que vão determinar onde será maior a sua intensidade, e assim ela é inesperada. Ela causa benefícios à lavoura e às urbes quando moderada, porém, se muito intensa pode causar danos muitas vezes irreversíveis. Pude mais uma vez perceber com muita clareza nos meus 57 anos que não temos controle de nada. Somos surpreendidos com turbulências e vendavais durante a nossa vida, e aí é só a presença daquele que dá ordem ao mar, à chuva e aos ventos para manter nossa integridade.
Uma vez falou Deus, duas vezes tenho ouvido isto: que o poder pertence a Deus – Salmos 62:11.


“NÃO É A AUSÊNCIA DE TEMPESTADES QUE NOS DISTINGUE E SIM QUEM DESCOBRIMOS NA TEMPESTADE: UM CRISTO IMPERTURBADO.” (Max Lucado)

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